Ode ao Mar... Jorge "d'Alfange" Assunção Compilação de Poemas dedicados ao Mar « Primeira parte » «« @ »» Mar Português... Diz-me de Ti...
Mas diz-me de vez
Ó Mar Português
Diz-me...
Das docas de Lisboa
Das muralhas que vês
Diz-me...
Das vagas que trazes
Diz-me de Goa
Diz-me...
Das Naus naufragadas
Das Vidas ceifadas
Diz-me...
Dos canhões afundados
Dos Dobrões apagados
Diz-me de Ti...
Mas diz-me de vez
Ó Mar Português
Jorge Assunção
2008 / 04 / 07
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Povo do Mar...
Somos o Povo
Que este Mar fez Somos o Povo Que o navegou de vez Dos Carvalhos e Pinheiros
Fizémos Naus e Caravelas Nossos Marinheiros Zarparam com Elas Somos o Povo
Que este Mar banhou Somos o Povo Que o Mundo conquistou Mar afora partimos
Depois num rasgo Luz Vislumbrámos e "descobrimos" Terras de Vera Cruz Somos o Povo
Que este Mar sorveu Somos o Povo Que não Morreu Jorge Assunção 2008 / 04 / 07 «« @ »»
Diz-me de ti...
Diz-me de ti...
Como das nuvens Sopradas num canto do Céu Diz-me de ti...
Como da Lua Raiada na espuma do Mar Diz-me de ti...
Como um pescador Atirando a rede como Véu Diz-me ti...
Como de uma Nau Sobre Mares a Velejar Jorge Assunção
2008 / 04 / 07 «« @ »»
Feiticeira...
Vieste tu feiticeira
no sossego do luar
Aninhar-te em meu peito
que te não pode amar
Vieste tu feiticeira
deitar-te em meu leito
Soltar amarras
libertar-me no mar
Vieste tu feiticeira
no sossego do luar
Dizer-me as palavras
que te não posso dar
Jorge Assunção
2007 / 03 / 14
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Dona do Mar...
Teus cabelos louros...
São redes lançadas
Onde me colhes
Teus doces lábios...
Sopram as ondas
Que me vão banhar
Teus olhos são...
Lampadas do farol
Que ilumina a enseada
Teus seios...
Velas enfunadas
Abertas ao vento
Tuas mãos...
Amarras fortes
Que seguram meus cais
Teu ventre...
Porão que abriga
O nosso Amor!
Jorge Assunção
2006/05/26
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Pescadora...
Lanças tuas malhas
Suaves como teia
Enredando...
Com enleio certeiro
Fechas o cerco
Docemente...
Como as águas mansas
De um lago adormecido
Atrais-me ao centro
Como gotas de orvalho
Rolando...
Por pétalas de Rosas
Colhes-me...
Acaricias com ternura
Fazendo promessas...
De feiticeira
No final...
Dizes adeus
Deixando-me livre
Nas águas em que nasci
Jorge Assunção
2006/05/25
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Ode ao Mar... Jorge "d'Alfange" Assunção Compilação de Poemas dedicados ao Mar « Segunda parte » «« @ »» Dancei com o mar...
Dancei com o mar
em cada vaga rolada na areia Tentei boleros
twist e tangos Valsas, corridinhos ...e fandangos Dancei, cansei
de tanto rodopiar Em cada vaga na areia molhada Dancei com o mar
ao som melódico... De uma sereia doce e encantada! Jorge Assunção
2005 / 06 / 24 «« @ »»
Este doce Oceano...
Fantástico...
este revolto...
mas doce Oceano
que me trazes
Espuma...
frescura de beijos
carícias, afagos...
salgada Paixão
Murmúrios...
revolto marulhar
de enlaces...
quase perfeitos
Jorge Assunção
2006/06/11
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Bonança...
Sou o Sul e o Norte
... a vida e a morte Sou esperança ...do que espera e não alcança Sou mar dos mares ... a ponta desta lança Sou renovação dos lares Cabo da Boa Esperança Sou depois da guerra ... da fome da miséria e da matança Sou o que há-de vir na Terra ...em tempo de bonança Jorge Assunção 2005 / 10 / 15 «« @ »»
Este Mar...
(Revisitado)
Deixei o Mar
falar por mim... Marulhar na areia Ancoro...
meus olhos antigos... meus pensamentos... Sua espuma leve... receber com sorrisos Imensidão celestial... para vos acarinhar No verdeazul ...
Este Mar... Português Saúda-vos!
Jorge Assunção
2004 / 09 / 01 «« @ »»
O que somos...
O que somos?
Somos suor e lágrimas, restolho raso das Lezírias Somos vaus de mochões bebedouros de choupos e pouso de Cegonhas. O que somos?
Alma nobre mas perdida de um povo já sem norte Somos farinha fina de centeio velho. O que somos?
Navegantes visionários em naus de pinho e carvalho Timoneiros gastos na rota sem rumo Deste Mar Português...
O que somos? Somos todos diferentes, mas todos igais! Jorge Assunção
2005 / 05 / 20 «« @ »»
Paragem...
Foi paragem absoluta...
Ver o mar...
quedar-me, espreguiçar... correr o olhar ...até ao infinito. Respirar o ar marinho,
saborear o sal e o Sol, sentir as rotas das naus "vê-las" navegar. Foi paragem absoluta...
Jorge Assunção 2004 / 07 / 12 «« @ »»
Despertar III
(Nazaré)
Ao longe, levemente...
Soava o som do farol O rebentar das ondas
do calmo mar... Chegavam ternas
ao meu ouvido... Dizendo baixinho... acorda, acorda... Nesse sussurar...
fazia-se acompanhar Da fresca maresia... O Sol, esse mandrião...
Inda nem espreitava... Contráriamente,
os motores das traineiras, faziam-nas atracar... Cansadas e inchadas, da faina recente. Acompanhavam-nas,
gaivotas gulosas... Levantei-me...
Fui receber esse novo ...Despertar! Jorge Assunção
2004/05/27 |