Quinta-feira, 28 de Julho de 2005
Sinto-me vazio,
não de amigos,
não de pessoas,
não de sentimentos.
Sinto-me vazio,
não de palavras,
não de ideias, dor,
não de amor, carinho,
nem de raiva.
Sinto-me vazio,
não de ar, sangue,
nem de carne,
não de água,
não de fome.
Hoje... simplesmente
sinto-me vazio!
Jorge Assunção
2004 / 03 / 30
In Tou no Top
Quinta-feira, 21 de Julho de 2005
...Na Solidão - Dueto
Silvana Cardoso &
Jorge Assunção
Não escrevo sobre ficar só...
porque dói
nem sobre o Amor
receando não ser amado
...Sobre Lágrimas
teimosas de não correrem
...Sorrisos
com medo de agradar
Acabo perdendo o Amor
lágrimas e sorrisos...
por me refugiar teimoso
...na Solidão!
Jorge Assunção
2004 / 11 / 24
in Versejar & Shrine of Hypnos
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Mas é lareira em convite...
a solidão
Colchão macio de nuvens...
o estar só
E, se de amor repleta a alma,
que mais queres?
Deixa-me, então, só...
a sonhar...
Silvana Cardoso
in Shrine of Hypnos
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Que mais quero?
...sob a luz ténue da lareira
possuír-te desnuda...
sobre lençóis de cetim
Pousar suave teu rosto...
sobre fronhas de plumas
e assim em amor pleno...
fazer-te deslizar até ás nuvens...
Jorge Assunção
in Shrine of Hypnos
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São as palavras espaços...
por entre eles,
o tempo escorre
não prometas, ai não...
Coisa estranha a ilusão...
em querer converte desejos...
E nesse nirvana de amor,
mil loucuras os corpos apelam...
E, se em deuses...
nos confundimos?
Sem o tempo...
que será de nós?
Silvana Cardoso
in Shrine of Hypnos
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Sem o tempo...
Resta-nos vegetar
sonhar e sorrir
de longe... ao Amor
Porque humanos nascemos
errado será...
em Deuses...
nos querermos mascarar
Resta-nos...
o tempo-espaço
em palavras volvidos...
promessas vazias...
Porque retidas...
em sonhos...
por correntes
mais fortes que o aço...
Jorge Assunção
in Shrine of Hypnos
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Mas o tempo...
anda em devassa das almas
Inimigo e carrasco...
de amantes
Não o procures,
te peço...
Sem rosto,
consente que vá...
Fiquemos...
nesse enleio supremo
De um querer...
em promessas-desejos
Ai permite...
meu querido,
Apenas humanos...
sonhemos.
Silvana Cardoso
in Shrine of Hypnos
2004 / 11 / 24
Terça-feira, 19 de Julho de 2005
( foto de: Serge Polary-Lour )
Passo a passo,
existem novas razões
para escrever.
Pedradas no charco
da minha ignorância.
Palavras chave
do meu despertador.
Aquele que me acorda
dos sonhos...
e do entorpecimento
do quotidiano.
Passo a passo,
dou razão à razão
do meu esquecimento,
do meu viver apagado,
para outros brilharem.
Mas vou dizendo
em surdina...
Que se lixe!
Eles que brilhem!
Devagar,
passo a passo...
sobre montes e vales,
hei-de levar a água
ao meu moínho.
Como eu sei...
Chegarei cansado, cansadinho,
de rastos,
até ao fim.
Passo a passo!
Pacíficamente...
lá chegarei!
Jorge Assunção
2004/05/22
in Tou no Top
Domingo, 3 de Julho de 2005
Não sei...
porque partiste
porque saíste de mim
assim como...
chuva de Verão
...logo enxuta
depois de caída
Não sei...
porque fechaste a porta
cortinas e persianas
apagaste a luz
e o telefone...
desligado de mim
Não sei...
porque apagaste
todos os rastos até mim
nem cheiro restou
um sorriso
uma lágrima
... nada
E eu não sei...
Porquê?
Jorge Assunção
2005 / 07 / 03
In D'Alfange