O Vento...
O frescor das arvores
O aroma suave das plantas
Ameniza-me o espírito e dor
A alma vagueia...
Gaivota sem eira ou beira
...apenas vagueia
O pensamento esvai-se...
planando infértil e suave
...ao Vento
Jorge Assunção
31/05/2011
Subo... de vão em vão
De um só folego
Esta escada da vida
Que me ofereces
E é com alegria
degrau a degrau
Que nela quero entrar
Subo... de vão em vão
de um só folego
Até ao ninho
Onde me aqueces
E é com alegria
Degrau em degrau
Que contigo
Quero estar
Jorge Assunção
08/06/2011
Posso muito bem ser...
O contrário do que imaginam
E se for Poeta?? Sou!!
Que te incomoda isso??
O torpor que sinto...
A agonia que me roi...
De me sentir castrado!!
Que te incomoda isso??
Querer estar mais além...
Dar mais de mim...
Escrevendo o que sinto!!
Que te incomoda isso??
Jorge Assunção
2011/06/15
Nesta dor que sinto...
Era o que mais queria
Pois escrever assim
Mal não fazia...
Com paixão, amor, alegria
Mas não assim
Carregado de azia...
E volto a escrever
Nesta dor que sinto...
Amargo, como que a beber
Um trago de absinto...
E a dor corrói...
A carne por dentro
E corroendo dói...
Tanto que rebento
Jorge D'Alfange Assunção
10/10/2010
Ode ao Mar... Jorge "d'Alfange" Assunção Compilação de Poemas dedicados ao Mar « Primeira parte » «« @ »» Mar Português... Diz-me de Ti...
Mas diz-me de vez
Ó Mar Português
Diz-me...
Das docas de Lisboa
Das muralhas que vês
Diz-me...
Das vagas que trazes
Diz-me de Goa
Diz-me...
Das Naus naufragadas
Das Vidas ceifadas
Diz-me...
Dos canhões afundados
Dos Dobrões apagados
Diz-me de Ti...
Mas diz-me de vez
Ó Mar Português
Jorge Assunção
2008 / 04 / 07
«« @ »»
Povo do Mar...
Somos o Povo
Que este Mar fez Somos o Povo Que o navegou de vez Dos Carvalhos e Pinheiros
Fizémos Naus e Caravelas Nossos Marinheiros Zarparam com Elas Somos o Povo
Que este Mar banhou Somos o Povo Que o Mundo conquistou Mar afora partimos
Depois num rasgo Luz Vislumbrámos e "descobrimos" Terras de Vera Cruz Somos o Povo
Que este Mar sorveu Somos o Povo Que não Morreu Jorge Assunção 2008 / 04 / 07 «« @ »»
Diz-me de ti...
Diz-me de ti...
Como das nuvens Sopradas num canto do Céu Diz-me de ti...
Como da Lua Raiada na espuma do Mar Diz-me de ti...
Como um pescador Atirando a rede como Véu Diz-me ti...
Como de uma Nau Sobre Mares a Velejar Jorge Assunção
2008 / 04 / 07 «« @ »»
Feiticeira...
Vieste tu feiticeira
no sossego do luar
Aninhar-te em meu peito
que te não pode amar
Vieste tu feiticeira
deitar-te em meu leito
Soltar amarras
libertar-me no mar
Vieste tu feiticeira
no sossego do luar
Dizer-me as palavras
que te não posso dar
Jorge Assunção
2007 / 03 / 14
«« @ »»
Dona do Mar...
Teus cabelos louros...
São redes lançadas
Onde me colhes
Teus doces lábios...
Sopram as ondas
Que me vão banhar
Teus olhos são...
Lampadas do farol
Que ilumina a enseada
Teus seios...
Velas enfunadas
Abertas ao vento
Tuas mãos...
Amarras fortes
Que seguram meus cais
Teu ventre...
Porão que abriga
O nosso Amor!
Jorge Assunção
2006/05/26
«« @ »»
Pescadora...
Lanças tuas malhas
Suaves como teia
Enredando...
Com enleio certeiro
Fechas o cerco
Docemente...
Como as águas mansas
De um lago adormecido
Atrais-me ao centro
Como gotas de orvalho
Rolando...
Por pétalas de Rosas
Colhes-me...
Acaricias com ternura
Fazendo promessas...
De feiticeira
No final...
Dizes adeus
Deixando-me livre
Nas águas em que nasci
Jorge Assunção
2006/05/25
|
Ode ao Mar... Jorge "d'Alfange" Assunção Compilação de Poemas dedicados ao Mar « Segunda parte » «« @ »» Dancei com o mar...
Dancei com o mar
em cada vaga rolada na areia Tentei boleros
twist e tangos Valsas, corridinhos ...e fandangos Dancei, cansei
de tanto rodopiar Em cada vaga na areia molhada Dancei com o mar
ao som melódico... De uma sereia doce e encantada! Jorge Assunção
2005 / 06 / 24 «« @ »»
Este doce Oceano...
Fantástico...
este revolto...
mas doce Oceano
que me trazes
Espuma...
frescura de beijos
carícias, afagos...
salgada Paixão
Murmúrios...
revolto marulhar
de enlaces...
quase perfeitos
Jorge Assunção
2006/06/11
«« @ »»
Bonança...
Sou o Sul e o Norte
... a vida e a morte Sou esperança ...do que espera e não alcança Sou mar dos mares ... a ponta desta lança Sou renovação dos lares Cabo da Boa Esperança Sou depois da guerra ... da fome da miséria e da matança Sou o que há-de vir na Terra ...em tempo de bonança Jorge Assunção 2005 / 10 / 15 «« @ »»
Este Mar...
(Revisitado)
Deixei o Mar
falar por mim... Marulhar na areia Ancoro...
meus olhos antigos... meus pensamentos... Sua espuma leve... receber com sorrisos Imensidão celestial... para vos acarinhar No verdeazul ...
Este Mar... Português Saúda-vos!
Jorge Assunção
2004 / 09 / 01 «« @ »»
O que somos...
O que somos?
Somos suor e lágrimas, restolho raso das Lezírias Somos vaus de mochões bebedouros de choupos e pouso de Cegonhas. O que somos?
Alma nobre mas perdida de um povo já sem norte Somos farinha fina de centeio velho. O que somos?
Navegantes visionários em naus de pinho e carvalho Timoneiros gastos na rota sem rumo Deste Mar Português...
O que somos? Somos todos diferentes, mas todos igais! Jorge Assunção
2005 / 05 / 20 «« @ »»
Paragem...
Foi paragem absoluta...
Ver o mar...
quedar-me, espreguiçar... correr o olhar ...até ao infinito. Respirar o ar marinho,
saborear o sal e o Sol, sentir as rotas das naus "vê-las" navegar. Foi paragem absoluta...
Jorge Assunção 2004 / 07 / 12 «« @ »»
Despertar III
(Nazaré)
Ao longe, levemente...
Soava o som do farol O rebentar das ondas
do calmo mar... Chegavam ternas
ao meu ouvido... Dizendo baixinho... acorda, acorda... Nesse sussurar...
fazia-se acompanhar Da fresca maresia... O Sol, esse mandrião...
Inda nem espreitava... Contráriamente,
os motores das traineiras, faziam-nas atracar... Cansadas e inchadas, da faina recente. Acompanhavam-nas,
gaivotas gulosas... Levantei-me...
Fui receber esse novo ...Despertar! Jorge Assunção
2004/05/27 |
Sindarin
(dedicado)
Adorei-te...
Guerreira das Estepes
De olhar nobre e decidido
Apaixonado e sereno
.
Adorei...
Tua voz quente
Tocou-me melodiosa
P'los teus pensamentos
.
Adorei...
A textura da pele
De um curtido suave
Em tapete verde de Hera
.
Adorei-te...
Princesa dos Elfos
Adorei-te Sindarin
.
Jorge Assunção
2007 / 05 / 06
Tônas...
Sim! O meu nome é Tônas... AzeiTônas!
E já estou mesmo a ver as vossas caras de surpresa, aliás, de reprovação, por eu estar a utlizar um acento circunflexo ou será que é circonflexo no ó de Tônas!
Agora fiquei baralhado, também depois de ler trezentas cartas em dois dias, escritas por trezentas pessoas diferentes, não era de estranhar, pois cada uma utilizava uma forma diferente de escrever esta Lusa Lingua com que tentamos nos entender.
Mas voltemos ao início...
Vim aqui ao Prepúcio, só para deixar uma nota pública de indignação, pelo recente " passatempo " televisivo, onde tiveram a coragem de colocar a votos, algumas das personalidades deste Portucalem aqui plantado neste cantinho junto ao mar. Não estou indignado com a iniciativa do programa, nada disso, até é de louvar arrojadas apostas destas, onde levam a urbe a participar e a puxar pelos neurónios,( que também já não sei se é escrito neurónios ou neuronios ou neurônios), mas enfim, o " concurso " até que estava bem " caçado "!
Mas óh Gente desta abençoada terrinha por Nossa Senhora de Fátima, elegerem figura pública número um e género, o Dr. António de Oliveira Salazar... ?? Essa não !!
Então, andaram os nossos Avós e nossos Pais a comer pão com Azeitonas, trabalharam de sol a sol, dividiram uma sardinha por três, ( e vá lá saber-se quem ficava com as espinhas! ),
vestiam roupas de cutim, ora cinzento ora riscado, (para não dar muito nas vistas), usaram sabão macaco e branco, comeram sopas de " cavalo cansado " ( ou seja pão duro ensopado em vinho tinto ), foram morrer ao Ultramar ( Leia-se : Angola, Moçambique, Guiné... ), dos que por sorte não morreram, vieram alguns sem mãos ou braços, ou sem pés e pernas, ou cegos, ou "simplesmente " " estropiados " do intelecto que é como quem diz ( trauma de guerra ) ! Esqueceram-se foi ??! Mas esqueceram mesmo ??!! Como é possível ??!! Então já nem se lembram da FOME, da GUERRA, das PERSEGUIÇÕES, em suma de toda MISÉRIA que se abatia sobre quase toda uma NAÇÃO ??
Pois é se calhar já não se lembram!
Eu indignei-me !! E indignado ficarei... Porque chorei a miséria, chorei a fome, chorei a guerra, estiveram envolvidas pessoas da minha família, pessoas a quem eu amo e que aprendi a sofrer do lado deles, por eles, por amigos deles e por vizinhos que eram Pais, Irmãos, Tios ou Primos, dos meus Amigos também!! Houve mais razões que me ficaram retidas na memória e no coração... A essas voltarei, quando me der a vontade!
Fiquem bem...
Tônas... ou nem por isso!
Há quanto tempo...
Há quanto tempo...
Não parava para escutar a chuva
Ouvir o chilrear da passarada
Há quanto tempo...
Não observava as nuvens no céu
A folhagem das árvores acenando
Há quanto tempo...
Não passava por estes caminhos
Nem vos deixava um sorriso
Há quanto tempo...
Foi ontem, apenas
Mas, passou tanto no espaço
Jorge Assunção
2006 / 11 / 04
( foto de: Jean-Marie Nègre )
Podridão...
Crepúsculo
dos que nada fazem,
nem procuram o saber.
.
Podridão...
Não é a Vós
que me dirijo,
não a Vós,
que eu procuro.
.
Podridão...
É a mim que busco!
O meu saber,
dono do Eu, Ser.
.
Nunca me incomodei...
com o que pensam os outros...
embora,eles se incomodem..
com o que penso, digo,
ou como o escrevo!
.
Podridão...
Razão de ser...
dos néscios,
dos fúteis e
... Imbecis!
Que o são no estar
e no fazer.
.
Podridão...
Crepúsculo
dos não amantes
dos não viventes!
.
Jorge Assunção
2004 / 04 / 23
in Tou no Top
autora: Ana Matos - Guache " A Primavera"
Há quem escreva todos os dias,
Eu não!
Há quem pinte todos os dias,
Eu não!
Há quem precise de escrever,
A toda a hora...
Há quem precise de pintar,
A toda a hora...
Eu não!
Jorge Assunção
2004 / 04 / 09
Dona do Mar...
Teus cabelos louros...
São redes lançadas
Onde me colhes
Teus doces lábios...
Sopram as ondas
Que me vão banhar
Teus olhos são...
Lampadas do farol
Que ilumina a enseada
Teus seios...
Velas enfunadas
Abertas ao vento
Tuas mãos...
Amarras fortes
Que seguram meus cais
Teu ventre...
Porão que abriga
O nosso Amor!
Jorge Assunção
2006/05/26
Dedicado ao meu pastelinho de nata :)
Você não sabe...
Você não sabe...
Quanto doi
bater em cada porta
que permanece fechada
Você não sabe...
Quanto sofrer causa
querer segurar
uma mão que não abre
Você não sabe...
Quanto magoa
olhar nuns olhos
que teimam em fechar
Você não sabe...
Quanto doi
um coração vazio
de tanto se apertar
Você não sabe...
Quanto choro
vai rolar...
Sempre que regresso
de mãos a abanar
Simplesmente...
Você não sabe !
Jorge Assunção
2006/07/25
Farol...
Algo ou alguém,
terá de nos indicar
o caminho de volta.
De noite...
no escuro...
ou com nevoeiro cerrado!
Jorge Assunção
2004 / 04 / 07
in Abstracto Concreto - Comments